diários

Um ano do meu diário.

A ideia de um diário era algo que sempre estava na minha cabeça.

Cheguei a tentar fazer alguns experimentos usando o Google Docs, mas a motivação logo acabava e eu desistia.

Ai por incentivo da Thais – e meio copiando um hábito dela – eu comecei a fazer em papel mesmo.

O engraçado é que o formato do papel, físico, é a melhor e a pior coisa dele.

Ao mesmo tempo que é algo a mais para carregar, é também o incentivo para não abandonar o costume de escrever, afinal, se você já trouxe, é só usar.

Às vezes a conveniência do digital é tão conveniente que a gente acaba deixando de lado.

Não ocupa espaço, não faz volume, não tem peso e de tabela acaba não tendo importância.

Mas o legal é que qualquer caderno e caneta servem.

Claro que um caderno com uma capa legal, folhas boas de escrever e uma caneta bacana ajudam muito, ainda mais se você pensar que o objetivo do diário é a preservação de memórias.

E taí algo que eu gosto bastante e sinto falta.

Quase todas as redes sociais tem algum tipo de “memórias” e eu acho fascinante revisita-las.

Muitas coisas ficaram totalmente fora de contexto e eu tenho dificuldades de lembrar sobre o que era, mas fotos, registros de shows, viagens e momentos legais sempre me deixam feliz.

Seja por ter lembrado de algo ruim que passou, ou relembrar algum momento legal.

E a memória orgânica é muito falha.

A gente acaba lembrando de momentos chave, às vezes com mais ou menos detalhes, mas quase nunca uma linearidade certinha.

Às vezes um evento a gente confunde quando aconteceu e muitos detalhes se perdem.

Quando se tem um registro, aí tudo está conservado ali. Com detalhes.

Então meu diário virou um registro do dia a dia, mas também das viagens e eventos que marcaram o dia.

Seja um lugar legal que almocei ou alguma outra coisa que aconteceu.

Então junto ao relato eu acabo colocando “mementos” das viagens ou do dia, seja uma notinha de compra, ou um guardanapo, um adesivo, qualquer coisa que vire uma lembrança do dia de verdade.

Pra mim só a possibilidade de voltar nesses registros daqui alguns anos já me deixa bem empolgado.

Isso considerando que eu vá conseguir ler o que eu escrevi.

Nesses momentos eu penso que aquelas aulas de caligrafia deveriam ter sido levadas mais a sério.

Além dessa função, o diário também serve de um momento de reflexão sobre o que aconteceu.

É entender porque algumas coisas aconteceram e como aconteceram e tentar aprender algo sobre elas.

Acredito, por puro achismo e chute, que a cabeça da gente processa coisas de maneiras diferentes quando se escreve, então mesmo que eu já tenha refletido sobre algo, no momento da escrita, provavelmente as rebimbocas das parafusetas cerebrais devem se movimentar de maneira diferente e isso de alguma forma me ajuda a compreender melhor as coisas.

Agora já comecei a folhear os registros de um ano atrás e já está sendo uma experiência bem legal.

Gostaria mesmo é de ter feito isso a mais tempo, muito mais tempo, talvez eu iria me surpreender de ler coisas ou relembrar situações das minhas vidas passadas.

Coisas que aconteceram a 20, 30 anos atrás.

Coisas que eu tenho muitas lembranças, mas muitos buracos também.

Mas é como diz aquele ditado, antes tarde do que mais tarde.

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